VIII Xácara das Bruxas

Os instrumentos demoraram a estar prontos… Os estandartes fizeram novos esquemas na noite anterior, e a actuação só ficou definida horas antes, quando comprámos as velas, a Lígia treinou o fogo, roubámos a Lua do XIII Sarau e as tochas da nossa Mui Nobre. Era dia de Xácara das Bruxas e o ambiente foi pensado sob a pressão de um dia de Halloween passado. Iamos abrir a nossa actuação com uma estreia, sob um ambiente Clandestino na voz mais doce da nossa Tuninha…
Definidos os detalhes, fomos em frente sentindo o optimismo! Na Faculdade de Direito, já a Barítuna nos esperava.
Chegámos com a alegria de um passe-calles ainda a estalar-nos na alma. Fomos convidadas a pousar a bagagem, mas os instrumentos já estavam na mão e em força, não foi possível simplesmente pousá-los! Cantámos sem parar, bebemos uns finos para afinar a garganta (ou não), e esperámos pelas tunas que ainda estavam por chegar.
A tarde foi preenchida por um Party and Tunas personalizado, onde as provas que nos foram propostas foram sempre realizadas com o maior sucesso, premiadas com um copinho sabe-se lá do quê, mas que nos fez brindar sempre com o sorriso nos lábios. (Excepto na Tuna mais bebedoura, em que os copinhos bebemos, mas o prémio não levámos – só porque não queríamos deixar “ko” logo as duas ensaiadoras de uma vez =p)
Depois do check-som na nossa Aula Magna, onde o saudosismo e a nostalgia tomaram conta de muitas de nós, fomos até ao Bar Velho da FDL para uma grande jantarada! Ao jeito da Feminina nas ruas de Braga, o frango assado servido deu azo a umas tantas adaptações, numa mesa que, ocupando metade do espaço, se preenchia do nosso roxo de Farmácia! Não se engane quem não lá esteve, pois este não foi um jantar como outro qualquer! O brinde desta vez foi “especialmente especial”, quando de uma mala saltaram 40 copos de chocolate, cheios com a melhor Ginja de Óbidos! Provavelmente, o melhor e mais saboroso BRINDE que já alguma vez tivemos! Foi o primeiro passo para a grande noite que nos esperava! Para A Feminina, menos que o melhor é pouco!
Apresentou-nos a Damastuna, Tuna Feminina da Universidade Autónoma de Lisboa, lendo o nosso historial, que há tantos anos nos define… Baixaram-se as luzes.
Do lado direito do palco, uns pontinhos de luz percorrem o palco, parando em frente dos microfones. Contavam-se mais de 10. De repente, a escuridão. Um som que adivinhava a chegada de um qualquer acorde. E as violas dão o primeiro Sol à Aula Magna. O silêncio que se ouvia do público, deixava sentir o arrepiar que vinha do palco ao som do “nosso amor Clandestino…” Quase se esquecia de respirar, com medo de perder um qualquer segundo desta linda balada que oferecemos à nossa cidade de Lisboa... Parabéns Ritinha, pelo momento Mágico que nos fizeste viver!
Convidámos então o público a entrar no nosso Barco, e rumámos com a alegria que nos é impossível de conter! Içámos âncora com toda a força, e levámos o público numa actuação em que o difícil foi conter o riso ou a admiração: a perfeição das pandeiretas, a doçura da Lígia no estandarte ou a Buraca a mandar o dela uns 20 metros acima das cabeças não deixam mentir! Claro que a nossa Margarida não deixou o público adormecer! Ninguém esquece a língua mirandesa falada por 15.040 pessoas (pq nós já damos uns toques), a nossa claque a chamar por nós (cerca de 8 pais e 2 femininas), e claro…. Os homens rudes do campo, onde a novidade do próximo hit d’A Feminina ser o Calceteiro “matou” qualquer um! Sim Margarida, para ti também vai TUDO!!!!! Terminámos com o nosso Ferreiro, que há tanto tinha saído dos nossos palcos, mas que continua ainda a ser tocado com a maior animação, seja tocada no nosso instrumento, ou num outro qualquer que venha da ala esquerda na troca dos instrumentos! Foi lindo! Do princípio ao fim!
Subimos ainda a palco depois do intervalo para apresentar a Santantuna, Tuna Feminina de Lisboa, com o nosso Movimento Perpétuo a anteceder os acordes da nossa Maria Lisboa.
A felicidade já tomava conta de nós! Batemos palmas, coreografámos, não parámos as ondas nem baixámos os braços durante as actuações das restantes tunas! Não sei se foi da Aula Magna que nos abraçou precisamente 9 meses antes o nosso Traçadinho, ou o simples facto de estarmos juntas, numa união quase insuportável de tão forte que se faz sentir! É um sentimento único, que nos faz brilhar quando juntamos forças e sorrisos!
O final da noite, como alguém escreveu, igualou a dedicação dos dias! As mãos não chegavam para receber o Prémio das Pandas, dos Estandarte, o nosso sempre desejado TUNA MAIS TUNA (que a Barítuna fez questão de salientar que fora escolhido por unanimidade por todas, dado que andámos sempre a coreografar e a fazer palhaçadas o dia todo – bom ou mau?) e por fim, o grande Melhor Tuna, que levou a uma enorme invasão de Palco!

O resto da noite dá para imaginar: quase tão ao rubro como quando o Passe-Calles foi nosso em Braga!! Lol!
Vejam as fotos Aqui!

Mas as surpresas não se ficaram por aqui! Numa noite em que só uma grande actuação poderia aquecer a alma das Femininas, eis que surgiu uma nova Vetzinha entre nós! Sob uma chuva colorida de lágrimas e emoção, a nossa Marta ganhou o lugar da Colher junto ao coração de Feminina! Parabéns, excelentíssima veterana Marta Aldeia! =)

Não vou cansar-vos mais com o texto… as novidades não são muitas mais! Dar os parabéns a todas as Femininas que subiram a palco (inclusive a Sara e a Andreia que mostraram sempre um grande espírito!), um obrigada à Gui e à Mega pela presença, à Maca pelo apoio que nunca esquece, às Femininas que mesmo não podendo estar presentes mantiveram o pensamento em Lisboa, à Rita, à Pascual, a todas… É pouco. Por isso não vou dizer mais nada.

Vemo-nos dentro de dias no meio do Atlântico!